quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

Sinopse: Walter começa a ficar paranóico quando entra em contato com um livro chamado O Número 23. Ele acredita que a obra foi escrita espelhando sua própria vida e que tal número o persegue.
Filmes sobre paranóia têm grande potencial. Os ingredientes necessários para tirar o máximo da temática são: um bom texto nas mãos de um bom diretor trabalhando com bons atores. Dos três fatores, Número 23 (The Number 23) tem apenas um: os atores. Jim Carrey (Desventuras em Série) arrisca-se em seu primeiro suspense, depois de já ter provado sua capacidade para dramas, e convence – ele até interpreta dois personagens. Ao seu lado, há Virginia Madsen (A Última Noite) correspondendo à altura.
Passemos agora aos erros. A idéia original é bem interessante, uma vez que 23 é um número que pode ser facilmente associado à conspirações. Para convencer-se do fato, basta lembrar de uma cena de Quiz Show (1994) em que o protagonista discorre sobre vários significados associados a 23. O começo de Número 23 chega a ser promissor, mas depois de algum tempo a trama se enrosca e não se resolve. Quanto mais se aproxima do final, menos acreditável é a obra.
A direção do irregular Joel Shumacher não está em uma boa fase. Desde Por Um Fio (2002) que ele não acerta: escorregou de leve em O Fantasma da Ópera e agora caiu de vez. Se Joel tivesse se empenhado um pouco em criar uma atmosfera de tensão e dado alguns sustos no público, poderia ter disfarçado o texto fraco que tinha em mãos.
Uma das poucas características que se salvam no filme é a diferenciação, principalmente na fotografia, entre a vida de Walter e o que conta o livro. A trama do detetive Fingerling tem ares quase de HQ, que lhe cai muito bem. Há até várias menções do 23 no cenário, mas não são suficiente para salvar a produção.
Esse texto, contando com o título e a sinopse, tem 1923 caracteres. Quem quiser, pode ir conferir.

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